O que é ESG e por que esta sigla está mudando corporações ao redor do mundo?

Com certeza você já leu ou ouviu em algum lugar a sigla que aos poucos foi tomando conta do ambiente corporativo: ESG. As três letras resumem um vasto conceito – em inglês, Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança, em tradução livre). O mote representa a preocupação das empresas com melhores práticas nestes três âmbitos.

Este, que é um pacto global, foi elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante um evento que reuniu instituições financeiras de vários países. A adesão ao redor do mundo tem sido massiva, o que fez despertar nas empresas brasileiras o interesse pelo tema.

Conforme uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) divulgada em 2021, 95% das empresas respondentes acreditam que o foco e as ações em ESG deverão aumentar nos próximos anos.

Para descomplicar o assunto, mapeamos alguns setores da empresa e como eles podem ser protagonistas na adaptação a estes princípios de forma simples – mas vale ressaltar: esta é uma transição que deve ser feita passo a passo com os colaboradores, para que todos participem da transformação!

Recursos Humanos

A área de RH é o coração deste processo. Ela funciona como elo e como impulsionador do movimento. Para que mudanças ocorram, é preciso mudar a cultura da empresa, e por isso o RH é um aliado. Esse processo perpassa por rediscutir o propósito, missão, visão, valores e até as competências junto à diretoria e aos colaboradores.

Além disso, no momento da contratação, também é importante buscar atrair e selecionar pessoas aderentes à essas competências e/ou valores que agora são adicionados à cultura empresarial. Outro passo importante é elaborar metas individuais claras de ESG para que a remuneração e promoções estejam alinhadas a todo o processo.

Comunicação

Tanto na comunicação corporativa, quanto naquela que transpassa os muros da empresa, ser ESG significa ter uma escuta interessada e sem julgamentos. Isso leva a mais coerência com as ações – algo essencial em um momento em que os clientes estão mais exigentes e atentos a todas as dimensões da corporação.  Uma comunicação desalinhada com o restante dos processos acarreta um gap entre a imagem e a essência.

Ou seja, de dentro para fora, o tom de voz deve expressar a verdade, a transparência e a real intenção de ser ESG por propósito e não por modismo.

Tecnologia e help desk

Habilidades para lidar com tecnologias são decisivas para a implantação do ESG. Um dos desafios encontrados pelas empresas neste processo é a gestão do ESG, que engloba a captura, organização e análise de dados sobre diferentes iniciativas. Nesse sentido, usar a tecnologia ao seu favor é essencial. Seja por meio de bancos de dados, softwares e planilhas, gerir e acompanhar dados se torna mais fácil.

O uso estratégico da tecnologia contribui para o desenvolvimento sustentável, principalmente se aliada a soluções inovadoras para a mensuração de dados e informações. Ela auxilia na estruturação, organização e no acesso às informações que ajudam na tomada de decisão.

A adoção de tecnologias como inteligência artificial, machine learning, deep learning e cloud auxiliam no acompanhamento das informações, e são aliados para observação de iniciativas de ESG adotadas por outras organizações.

Bônus: quem já adotou o ESG no Brasil?

Diversas empresas ao redor do mundo estão aderindo ao ESG. No Brasil, temos bons exemplos de iniciativas bem-sucedidas, que contribuem para uma sociedade mais justa, limpa e empática.

É o caso da Natura Cosméticos. Com a iniciativa “Amazônia Viva”, a companhia contribui para a conservação de 2 milhões de hectares da Floresta Amazônica, na qual já investiu US$ 400 milhões desde 2010. Já com o projeto “Mais Beleza, Menos Lixo”, a Natura contribui para a gestão de resíduos em todo o país.

Outra empresa brasileira que se destaca com suas iniciativas visando o ESG é o Mercado Livre. A empresa, incomodada com a lógica dos grandes comerciantes, que sempre esteve atrelada à busca pelo menor preço, se consolidou como um modelo a ser copiado pelos concorrentes. Este destaque se tornou mais evidente na pandemia, por conta do eficiente sistema de delivery, que oferece a qualquer comerciante em sua plataforma a possibilidade de vender e entregar no mesmo dia, às vezes em questão de horas.

A plataforma ainda ofereceu soluções financeiras, de pagamentos e de publicidade. No ano passado, a companhia intermediou a venda de 700 milhões de produtos e faturou 4 bilhões de dólares, impulsionando muitos empreendedores a garantirem seus lucros na pandemia.

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